segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Blasfêmia contra o Espírito Santo e os testes espirituais



Mateus 12. 22

Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.  Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.

O pecado imperdoável só de ser citado no meio evangélico é de causar um frio na espinha. Alguns por tanto medo nem querem mencioná-lo, o que dizer então estudar sobre isso. Mas o que eu vejo é que o pavor que muitos cristãos têm dessa questão os desarma diante de outra questão de extrema urgência, principalmente em nosso contexto evangélico. E que urgência é essa? O testar os espíritos.

A blasfêmia da qual o Senhor fala em Mateus 12.22, está ligada àqueles que resistiam ao filho e ao Espírito Santo consciente de que eram divinos. Os milagres que o Senhor operou diante dos olhos de todos comprovavam que Deus estava com Ele. Mas os que não creram associaram as obras de Jesus com as obras de satanás. Como não podiam negar os fatos de suas curas, os fariseus precisaram difamar a causa desses eventos poderosos como sendo inspirados pelo diabo. O ódio por Jesus Cristo os deixou obcecados e deturpados! E diante disso os fariseus declaram: Existe um pacto entre Jesus e Satanás. Para conferir-lhe crédito, Satanás lhe concedeu poder sobre seus súditos.

Os adversários do Senhor o acusaram de estar endemoniado e que tudo o que ele fazia era debaixo da autoridade de lúcifer. Estava bem claro que as obras de Jesus resplandeciam santidade e que o poder do Espírito estava sobre ele. Aqueles homens zombavam conscientes dessa realidade e decidiram, mesmo sobre as muitas provas, rejeitá-lo.

Como diz o comentário esperança, o pecado realmente imperdoável não é a rejeição da verdade por causa de um mal-entendido, mas é o ódio a Deus propriamente dito, que leva a que se atribua, por exemplo, a origem do evangelho a uma fraude, ou, em outras palavras, ao espírito maligno. É o ódio àquilo que é santo. Esse torna-se possível somente quando se destrói e anula conscientemente o impacto que o Espírito Santo produz em todo coração íntegro.

Por isso eles não poderiam ser perdoados nem no século da lei e nem no século do messias. Era uma obstinação inquebrável, uma incredulidade incurável, uma decisão irreconciliável e uma condenação irrevogável. Não havia esperança, como não há esperança para esses que Deus endurece seus corações para sua própria perdição.

Por não entendermos direito esses versículos, o nosso inimigo usa essa ideia em duas frentes:

Primeiro, levar as pessoas a pensarem que pecaram contra o Espírito e por isso não vêem mais solução para si. Vivem uma vida de desespero de não serem salvos.

Segundo, impedir que os espíritos sejam testados.

Falando sobre o texto de uma forma resumida, as palavras do Senhor estavam se referindo a nação apóstata de Israel, e, portanto, não está se referindo à igreja. O seu contexto era de lei, não de graça. Na dispensação da graça não há pecado que não possa ser limpo pelo sangue de Jesus. Estou aqui me referindo aos que estão em Cristo. Para esses não há pecado mais poderoso que o sangue do cordeiro. I João 1.7.

Mas e os textos como I João 5.16, I Coríntios 11.30 e Tiago 5.13? Não seria esses textos referencias para blasfêmia contra o Espírito praticado por cristãos?

A questão em I João 5. 16, o pecado para morte são os atos governamentais de Deus. Assim como em I cor. 11.30 e Tiago 5.13 a 16. E o que seria esses atos governamentais de Deus? É o julgamento de Deus sobre o seu povo. É o seu tratamento sobre os filhos que estão debaixo de rebelião e pecados não confessados. Esse juízo visa o quebrantamento dos filhos e não sua destruição condenatória.
A pessoa em Tiago estava doente por causa do pecado. Esse pecado não confessado havia apagado a ação do Espírito Santo e ao reconhecer esse fato ela chama os presbíteros. Aquela unção com o óleo simbolizava a ação novamente do Espírito sobre sua vida.

Deus visita seu povo com juízo por causa de seus maus procedimentos, mas em nenhuma dessas passagens é mencionado o pecado imperdoável. Esses casos são bem diferentes daqueles que rejeitam o evangelho tendo diante de si todas as provas possíveis de sua autenticidade. A esses, Deus os entrega a operação do erro endurecendo seus corações para não crerem no evangelho. Claro que isso pode acontecer dentro da igreja, pois nem todos que estão na igreja visível fazem parte da igreja celestial.

Em I coríntios 12.1 o tradutor forçou o texto quando introduziu a palavra dons onde não há essa palavra no escrito de Paulo. O apóstolo não estava falando dos dons, mas de pessoas. Quantos aos espirituais da igreja de Corinto, não quero que vocês sejam ignorantes, pois aquele que é espiritual não sai por aí dizendo que Jesus seja amaldiçoado. Ao mesmo tempo, ninguém pode dizer que Jesus é Senhor se não for pelo Espírito. É lógico que esse segundo dizer que Paulo fala não é um dizer de boca pra fora, mas do coração. Está bem claro neste texto o incentivo de Paulo para que aqueles irmãos testassem os espíritos. É um simples teste que o apóstolo orienta a igreja de Corinto a fazer sempre. E quando Paulo os dirige a fazê-lo, ele não está falando de qualquer um dentro da igreja. Ele fala daqueles que se consideravam acima dos demais, e por isso julgavam receber diretamente de Deus, revelação que nenhum outro recebia. Talvez você tenha alguns desses em sua igreja, e eu tenho a certeza que dificilmente eles são testados.

O problema que está sendo colocado diante de nós e que se torna um perigo mortal, a blasfêmia contra o Espírito Santo, segundo os temerosos quanto aos testes, é quando se vê algo acontecendo em “nome do Espírito” e mesmo assim você dúvida que seja o Espírito Santo. Então estaremos atribuindo à outra coisa aquilo que o Espírito está fazendo em nosso meio. É um dilema, julgar ou não.

Tozer disse uma vez que se assumirmos que tudo quanto é sobrenatural é divino, ou pelo menos, bom, corremos o risco de cair no abraço do anticristo. Mas se rejeitarmos todo o sobrenatural por considerá-lo mal, corremos o risco de condenar como satânicos as experiências que verdadeiramente vem de Deus. Por isso é tão importante o equilíbrio baseado nos testes bíblicos.

G.H Pember escreveu que é de suma importância que o pleno significado dessas declarações seja entendido pelos crentes de nossos dias. Porque novamente as manifestações demoníacas estão se multiplicando entre nós, e isso com uma sutileza suficiente para enganar qualquer um que negligencie a aplicação dos testes bíblicos.

A bíblia não apresenta a santidade de vida ou a sinceridade de coração como testes para o sobrenatural. O que vemos hoje sendo praticado dentro da igreja é se uma pessoa se santifica, ou se ela é alguém importante na igreja, ou se teve alguma experiência profunda ou se fala evangeliquês, já bastam para comprovar sua autenticidade.  Esses fatos exteriores tem se tornado a forma de se testar os espíritos.

Essa recusa de colocar a prova os espíritos é tão antiga quanto à igreja. Já no século II, a Didaquê propagava o terror de se cometer o erro não reconhecendo a manifestação do Espírito, rejeitando sua presença atribuindo aos demônios a suas obras. E a todo o profeta que fala no Espírito, não deveis testar ou provar, pois todo o pecado será perdoado, mas este não será perdoado, diz a Didaquê. Na visão do autor desse livro, era blasfêmia contra o Espírito julgar o que o profeta fala.

Edward Irving, no movimento de busca por santidade, teve experiências profundas com alguma coisa sobrenatural. Diversos fenômenos estranhos aconteciam em suas reuniões. Ali se falava em línguas, havia curas, descontroles emocionais generalizados. E tudo foi aceito como se Deus houvesse visitado aquelas pessoas. E foi nessa reunião que se propagou a segunda benção da busca da santidade que é tão buscada hoje. Mas esse pregador dizia que havia uma terceira benção, o batismo do amor ardente. Ele ensinou, após o contato com o sobrenatural, que nada pode distinguir os espíritos exceto um coração bom e sincero que discerne entre o bem e o mal. Então o senhor desses testes deixou de ser a palavra e se tornou a subjetividade de cada pessoa. Mas a bíblia nos diz que nosso coração é enganoso, e desesperadamente corrupto. Como confiar em nós mesmos sendo que somos tão influenciados por coisas sobrenaturais?

Um dos profetas que haviam sido salvos desse movimento disse que nunca ninguém testou o espírito que estava sobre Edward Irving. E esse erro é repetido dia após dia. A igreja parece gostar de ser enganada. Por ansiarmos as coisas profundas de “Deus”, olha que o livro de Apocalipse fala do desejo das coisas profundas de satanás, nos predispomos a cair no engano desses homens e mulheres, as vozes de Deus nessa ultima geração. Ainda mais quando se corre o perigo de se cometer a blasfêmia contra o Espírito, isto é, julgarmos errado a manifestação sobrenatural, como é ensinado hoje.

Realmente é uma tragédia confundir os milagres de Deus a satanás, mas afirmar que isso se constitui o pecado imperdoável é um terrorismo feito por esses que não querem estar debaixo do escrutínio dos de Beréia.

 Eu prefiro cometer um erro de estar em dúvida com a ação do Espírito, do que me entregar a qualquer coisa que brilhe diante de mim. Esse mundo está repleto de espíritos enganadores que atuam principalmente dentro das igrejas e ninguém prova nada e nem ninguém. Creio que se eu estiver com um coração sincero diante de Deus, buscando a verdadeira manifestação de sua presença, o Espírito não ficará triste com algo que Ele mesmo me ensinou a fazer. Mas eu creio ainda mais que não haverá erros se colocarmos os testes bíblicos em ação.

Na proteção clara e inspirada da Escritura deve estar nossa única segurança possível; e, duvidar, desconsiderar ou negar tal proteção Divina, uma vez descobertas, enquanto apoiamos em nossos próprios poderes para desmascarar o mais sutil inimigo dos seres humanos, é lançar fora a espada e lutar usando a bainha. Porque o Espírito Santo pode vir sobre um ímpio, como aconteceu a Balaão e um espírito maligno pode vir sobre um homem santo, pois os profetas, agraciados com o dom de discernir os espíritos, eram instruídos a se assentar lado a lado e fazer a distinção. D.M Panton


Os testes bíblicos

Gálatas 1.8

Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.

Comentário Esperança

Martinho Lutero escreveu em 1522 de forma exacerbada sobre a carta de Tiago: “Aquilo que não ensina a Cristo, não é apostólico, ainda que Pedro e Paulo sejam os mestres. Por outro lado, aquilo que ensina a Cristo, isso é apostólico, mesmo que o façam Judas, Anás, Pilatos ou Herodes.” Também no presente versículo ocorre um aguçamento na referência ao anjo do céu. Jamais o céu enviaria um mensageiro com um segundo evangelho. Não obstante, é desse modo que se torna nítido o sentido básico: Tudo entre o céu e a terra depende de que seja preservado o evangelho único. Do contrário Deus não seria mais Deus, pois sua última palavra seria degradada a uma palavra penúltima. Em segundo lugar, não faríamos nenhum favor à humanidade se a privássemos da única salvação, e finalmente destruiríamos a comunidade, que existe exclusivamente graças a esse evangelho. Por isso é cabível aqui o anátema. Paulo o profere publicamente na igreja. Desta maneira os hereges estão caracterizados diante dos ouvidos de todos como candidatos ao juízo. Todos se afastem deles! Aos envolvidos, porém, esse procedimento poderá ajudar a voltar à razão.

Comentário de Wiesrbe

Os judaizantes eram identificados pelo falso evangelho que pregavam. A prova do ministério de uma pessoa não é sua popularidade nem os sinais e prodígios miraculosos que realiza, mas sim sua fidelidade à Palavra nos adverte a não encorajar os que apresentam doutrinas falsas. Cristo havia confiado o evangelho a Paulo, e ele, por sua vez, o confiara a outros servos fiéis No entanto, os judaizantes haviam aparecido e colocado seu falso evangelho no lugar do verdadeiro, e, por esse pecado, Paulo os declara amaldiçoados. O termo que usa é anátema, que significa "consagrado para a destruição". Não importa quem seja o mensageiro - um anjo do céu ou mesmo o próprio Paulo -, se pregar qualquer outro evangelho, é amaldiçoado!

I João 4.1 a 3

Caros amigos, não acreditem em todo espírito, mas testem os espíritos para saber se eles são de Deus, pois muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.

Comentário do Novo Testamento Simon J. Kistemaker

Depois, com muito tato, João adverte os leitores contra as obras dos falsos mestres e lhes diz para não dar crédito a todo espírito. Ele quer que percebam que há duas esferas espirituais neste mundo: uma é o domínio do Espírito Santo; a outra é o domínio do diabo. O Espírito Santo habita nos filhos de Deus, mas o espírito do diabo vive nos falsos profetas, que falam em seu nome. “Não acreditem em todo espírito” É claro que não podemos ver um espírito, mas podemos ouvir e compreender os ensinamentos desse espírito. A palavra espírito, portanto, equivale a “ensinamento”.
Ao que parece, os primeiros leitores desta epístola estavam começando a acreditar em falsos profetas que afirmavam que seus ensinamentos eram uma revelação do Espírito Santo. João exorta os leitores a distinguirem cuidadosamente os ensinamentos do Espírito de Deus dos falsos ensinamentos. Nem todo ensinamento é uma forma de expressão do Espírito de Deus. João, portanto, aconselha os cristãos, dizendo: “Testem os espíritos para saber se eles são de Deus”, e pedindo que verifiquem todos os ensinamentos à luz da Palavra de Deus.

É assim que vocês podem reconhecer o Espírito de Deus: todo espírito que reconhece que Jesus Cristo veio em carne é de Deus, mas todo espírito que não reconhece Jesus não é de Deus. Esse é o espírito do anticristo, do qual vocês ouviram falar que está vindo e já está no mundo.

João dá a seus leitores uma fórmula para determinar se o espírito vem de Deus ou do diabo: o cristão reconhece o Espírito de Deus em qualquer um que confesse abertamente que Jesus Cristo é tanto humano quanto divino e que Jesus Cristo, que é Filho de Deus, “veio em carne”. Temos estabelecido, aqui, o princípio para testar se um determinado ensinamento vem do Espírito Santo
As Escrituras nos ensinam que o Cristo é Jesus que, como nosso redentor divino, compartilha de nossa natureza humana. Qualquer ensinamento que professe a divindade e humanidade de Jesus Cristo vem de Deus. O contrário também é verdade, como observa C. H. Dodd: “Nenhuma forma de expressão - por mais inspirada que seja - que negue a encarnação pode ser aceita pelos cristãos como verdadeira profecia”.

II João 7.

Muitos enganadores, que não reconhecem Jesus Cristo como tendo vindo em carne, têm saído pelo mundo. Qualquer pessoa como essa é o enganador e o anticristo. 8 Tomem cuidado para que vocês não percam aquilo pelo que trabalharam, mas para que sejam plenamente recompensados.

Comentário do Novo Testamento Simon J. Kistemaker

“Que não reconhecem Jesus Cristo como vindo em carne”. Observe que João cita o nome completo do Filho de Deus, Jesus Cristo, para lembrar os leitores de sua natureza humana e divina. Esses enganadores continuam proclamando sua oposição ao ensinamento de que Jesus Cristo veio em carne.

Mates 7. 15.20

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

O comentário de wiersbe

Uma vez que existem falsos profetas pelo mundo afora, devemos ter cuidado para não ser enganados. O maior perigo, porém, é enganar a si mesmo. Os escribas e fariseus
haviam se convencido de que eram justos e de que os outros eram pecadores. É possível conhecer a linguagem correta, acreditar intelectualmente nas doutrinas, obedecer às regras e, ainda assim, não ter a salvação.

Eis, portanto, o primeiro teste: nossa profissão de fé em Cristo custou alguma coisa?
Caso a resposta seja negativa, não foi uma profissão verdadeira. Muitas pessoas que "crêem" em Jesus Cristo nunca deixam o caminho largo e tudo o que ele oferece. Têm
uma vida cristã fácil que não exige coisa alguma. Jesus diz que o caminho estreito é difícil. Não se pode escolher duas estradas e tomar dois rumos diferentes ao mesmo tempo.

Eis o segundo teste: Minha decisão por Cristo mudou minha vida? Os falsos profetas
que ensinam doutrinas falsas só podem produzir falsa justiça (ver At 20:29). Seus frutos (o resultado de seu ministério) são falsos e não duram. Eles mesmos são falsos; quanto mais perto chegamos, mais vemos a falsidade de sua vida e de suas doutrinas. Exaltam a si mesmos, não a Jesus Cristo, e em vez de edificar as pessoas, procuram explorá-Ias. O que acredita em falsas doutrinas ou segue um falso profeta nunca experimentará mudança de vida. Infelizmente, alguns só percebem isso quando é tarde demais.

Soli Deo Gloria


Silas Carvalho

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