domingo, 29 de janeiro de 2017


O futuro da igreja



A geração atual tem que ter mais entendimento do evangelho do que a geração passada. Se o senhor tardar em voltar, a próxima geração deve ser sempre melhor do que a ultima por causa da riqueza espiritual que esta adquiriu, preservou e guardou. A igreja de hoje está apoiada nos ombros da igreja de ontem e se ela consegue enxergar mais longe, deve àqueles que vieram anteriormente. Mas o estado da geração de hoje é lastimável. Alguém disse uma vez que a igreja está há uma geração de se extinguir. E quando olhamos a situação atual é de se lamentar. Há pouco entendimento. Há pouca sede e fome pela verdade. O que tem atraído o povo de Deus são milagres e maravilhas desprovidos do evangelho verdadeiro. O que parece comprovar um homem de Deus hoje não é o seu entendimento do evangelho, ou o que ele é por causa desse evangelho, mas aquilo que ele faz. As experiências falam mais alto do que a verdade em nossos dias. E o povo perece porque lhe falta conhecimento, e caminha para destruição por não entender a palavra.

Mas há esperança para a igreja atual. Essa geração ainda não é, e creio em meu Deus que não será um fracasso. Mas o seu futuro está sobre ombros de cada um de nós. A glória da igreja está sobre os homens e mulheres que satanás tem seduzido pela glória deste mundo. Nós somos o futuro da igreja brasileira. Se todos pensarem somente em si mesmo, a geração seguinte estará entre os escombros daquilo que ela já foi antes.

Há uma grande riqueza acumulada desde os tempos dos apóstolos e está disponível de uma forma tremenda para nós. A um clique, podemos ler em nossa língua os sermões de Crisóstomo, Agostinho, Lutero ou Calvino. Nossos pais não tinham acesso a esses materiais, e nem nossos mestres tinham tanta facilidade para ler e usufruir de uma boa teologia sistemática. Hoje temos tudo para sermos uma geração surpreendente para glória de Deus. Mas satanás tem sido feliz em seu estratagema de nos fazer divagar em nossos pensamentos e desejos. Não há mais trabalhar e labutar pela causa de Cristo, mas uma busca insana pelo entretenimento e por um evangelho raso e fácil. Estamos à beira de um colapso teológico por causa de tanta confusão e ignorância. Não buscamos mais saber o que um mestre do passado disse ou pensou sobre determinado texto. Achamo-nos melhores sem conhecer o que eles disseram. Isso não é humildade, mas presunção.

Olhando a história percebemos que em cada geração alguns homens se levantaram para ajuntar materiais para a geração futura. Eles abraçaram o grande desafio da escassez teológica de seu tempo, entretanto não se conformaram em dizer para o mundo que cada geração da igreja é pior do que a anterior. Eles se levantaram contra esse estigma e levaram a igreja de suas épocas a um patamar de conhecimento tremendo. Eles estão perpetuados na historia da igreja. São conhecidos e reconhecidos, porque um dia se levantaram para ser o testemunho de Deus em sua geração.

Eles fizeram o seu trabalho, mas e nós? Estamos realmente nos dedicando ao ministério da palavra? Há realmente amor e zelo pela verdade?  Há Paixão para que o evangelho se expanda e cresça para glória de Cristo? Será que podemos dizer como o salmista no salmo 119.99 e 100, que somos mais entendidos na palavra do que nossos mestres, e mais conhecedores do que os anciãos?

Hoje, os jovens são tentados a viver para si mesmos. São tentados a terem uma longa e próspera carreira empresarial, profissional e financeira. São seduzidos pelos pais, pela mídia, e até pelos anciãos da igreja a buscarem primeiramente o seu reino e a sua cobiça, e as demais coisas, entre elas o ministério da palavra e o futuro da igreja, não tem importância alguma.
Mas houve um jovem na Bíblia que tinha um futuro brilhante na Babilônia. Não havia nenhuma recompensa se ele voltasse para Jerusalém. Aliás, ele negociaria esse futuro brilhante na capital das oportunidades por uma incerteza. Mas ele ouviu o chamado do Senhor e a sua palavra encheu o seu coração. O Espírito Santo o despertou para que ele não vivesse mais para si mesmo. Esdras escolheu ir para Jerusalém viver para a vinda do seu Messias. Ele tinha em mente que o seu trabalho de restaurar o testemunho do Senhor, traria o Cristo para essa terra. E a vida desse jovem deve ser espelho e incentivo para que estudemos a palavra do Senhor com um único propósito em nossos corações:

A segunda vinda do nosso Messias.

Trabalhamos de uma forma árdua e difícil para embelezarmos o “templo” e recuperarmos as riquezas de Cristo, há muito perdida entre os escombros da ignorância teológica e do radicalismo evangélico. A igreja precisa estar gloriosa para receber o seu amado. E não é as experiências místicas, nem o legalismo e muito menos o fanatismo que fará esse trabalho. A única forma que Deus deixou nesse mundo para sermos lavados é pela palavra.
E aqueles que a amam e oram para que ela tenha a primazia na igreja, nunca podem desistir. Nunca devem abaixar suas espadas. Nunca devem se render ao misticismo tão forte em nossos dias.
Você tem usufruído muitas riquezas da geração passada, e qual é a riqueza que você esta preparando para a geração seguinte?

SPC



OS BEREANOS
Atos 17.11


Paulo e silas tinham pregado o evangelho em Tessalônica, mas diante da verdade os judeus preferirem acreditar em suas tradições, sem ao menos conferir o que aqueles homens diziam. Olha que quando Paulo pregava, discutia com eles com base nas escrituras, explicando e provando que o cristo deveria sofrer e ressuscitar dentre os mortos.(Atos 17.2). A tradição cegou o entendimento para que eles não vissem a verdade.
Pior do que não querer ouvir e nem examinar, é sem examinar aceitar tudo o que se ouve. São dois extremos danosos para a igreja nesses dias. E por incrível que pareça o que mais temos em nossas igrejas são esses dois tipos de pessoas. O fato estranho que encontramos em nosso meio é que quando o evangelho é pregado a reação é rejeitar sem ao menos examinar o que é dito. E por que se faz isso? A resposta são as tradições. Elas cegam as pessoas para que não vejam a verdade. Mas por outro lado, quando o fogo estranho lhes é ministrado a atitude da grande maioria é aceitar sem ao menos examinar o que é dito.
E qual é o remédio para essa ferida mortal? O exemplo dos Bereanos. Vejam que em Beréia eram judeus que ouviram Paulo anunciar o mesmo evangelho que ele havia anunciado antes. Eram judeus com as suas tradições, mas as suas ações diferem em muito das atitudes dos de Tessalônica, por isso eles ganharam um elogio diante do seu ato de ouvir e sinceramente examinar o que se ouvia.
A sua característica é a nobreza de mente. Deus nos abençoou com o privilégio de pensar. E foi isso o que eles fizeram. Simplesmente pensaram e foram elogiados por isso. Nós não somos como cavalos, nem como mulas que sem entendimento, juízo ou discernimento precisam serem puxados por cabrestos de um lado para o outro por aquilo que os pregadores falam. E nem devemos ser como crianças, levados de um lado para o outro por todo vento de doutrinas e pela astucia e esperteza de homens que induzem ao erro.
Aqueles irmão de Beréia eram mais nobres porque tinham interesse pela palavra e examinavam dia após dia o que era dito, com aquilo que estava escrito. Em outras palavras, eles examinavam o que ouviam independente de quem pregava. Olha que era Paulo que passava por esse escrutínio. Então, diante desse fato surge uma pergunta: se eles fizeram isso com Paulo, porque nós não fazemos isso com pregadores extremamente menores do que ele? É um direito, e acima de tudo um dever de cada cristão julgar o que ouve. Quando falo julgar, não estou falando de condenar, mas de avaliar e examinar. A igreja que assim faz é elogiada como uma igreja muito mais nobre do que outras.
Não é pecado discordar de um pregador. É seu direito, e acima de tudo o seu dever fazer tal coisa. Não é criticá-lo por criticar. É ser zeloso pela palavra. É comparar palavra com a palavra. Não é comparar palavra com tradições, legalismo, cosmovisões,  pré-conceitos e achismos que muitas das vezes preenchem aquilo que cremos.
Se a igreja fizesse isso em todas as reuniões onde a palavra é ministrada, nós não estaríamos onde estamos. Os pregadores seriam muito mais cautelosos. Portanto, diante disso, a verdade não deve ser aceita sob a autoridade de nenhum homem sem examinar o que se prega com a palavra escrita. Lembre-se, é o seu direito, e acima de tudo o seu dever.

Que Deus tenha misericórdia de nós.