SEGURANÇA,
CERTEZA E GOZO
Da
Salvação Eterna
George Cutting
PRIMEIRA PARTE
Quando estamos numa estação ferroviária ouvimos,
com certa frequência, a seguinte pergunta: "Em que classe você está
viajando?" Você, leitor, com toda a certeza está de viagem - de viagem
para a Eternidade - e pode ser que neste momento esteja muito próximo da
estação final: a Morte. Permita-me, então, que lhe pergunte: "Nesta
jornada pela vida, em que classe você está viajando?"
Neste caso podemos pensar em três diferentes
classes, e vou explicar quais são a fim de que você possa responder à minha
pergunta como que diante de Deus; sim, diante dAquele a Quem certamente todos
nós temos que prestar contas.
Na PRIMEIRA
CLASSE viajam,
por assim dizer, os que estão salvos e sabem disso.
Na SEGUNDA
CLASSE viajam aqueles
que não têm certeza da sua salvação, mas que, no entanto, desejam tê-la.
Na TERCEIRA
CLASSE viajam
aqueles que não estão salvos e nem tampouco se interessam pelo assunto.
Volto a perguntar: "Em qual destas classes
você está viajando?" Oh, como é importante que você possa responder
claramente a esta pergunta!
Há pouco tempo atrás, numa viagem que fiz de
trem, no momento em que o trem se preparava para partir da estação, vi chegar
um homem que se precipitou ofegante para dentro do vagão onde eu me encontrava.
- Isto é que é correr! - exclamou um dos
passageiros.
- É verdade - respondeu o homem respirando com
dificuldade - mas ganhei quatro horas e por isso valeu a pena.
"Ganhei quatro horas"! Ao ouvir estas
palavras não pude deixar de pensar comigo mesmo: "Se para ganhar quatro
horas valeu a pena fazer um tão grande esforço, quanto mais para ganhar a
Eternidade!" E, contudo, existem milhares de pessoas, que embora sejam
bastante prudentes em tudo o que se refere aos seus interesses mundanos,
parecem não ter um mínimo de bom senso quando alguém lhes fala de seus
interesses eternos!
Apesar do infinito amor de Deus para com os
pecadores, manifestado na morte de Jesus Cristo na cruz; apesar do Seu
declarado ódio ao pecado; da evidente brevidade da vida humana; dos terrores do
julgamento depois da morte; da terrível perspectiva de sofrer insuportáveis
remorsos ao achar-se no inferno, separado para sempre de Deus; apesar de tudo
isso, muitos correm para o seu triste fim tão descuidados como se não existisse
nem Deus, nem morte, nem julgamento, nem céu, nem inferno! Que Deus tenha
misericórdia de você, leitor, se você for uma dessas pessoas, e que neste
momento Ele abra os seus olhos para que você reconheça o perigo que é continuar
despreocupadamente no caminho que conduz à perdição eterna.
Caro leitor, quer você acredite ou não, a sua
situação é bem crítica. Não deixe, portanto, de enfrentar o quanto antes a
questão da Eternidade e do destino que você terá nela, pois qualquer demora
poderá ser fatal. Lembre-se de que o costume de deixar para amanhã o que se
pode fazer hoje é sempre prejudicial e neste caso poderá ter conseqüências
desastrosas. Quão verdadeiro é o ditado: "A estrada do MAIS TARDE conduz à
cidade do NUNCA"! Rogo, pois, encarecidamente, querido leitor, que não
continue a viajar por um caminho tão enganoso e perigoso, pois está escrito na
Bíblia Sagrada: "Eis aqui agora o dia da salvação" (2 Co 6.2).
Talvez você diga: - Não sou indiferente aos
interesses da minha alma; longe de mim tal pensamento, mas a minha maior
inquietação exprime-se por outra palavra: INCERTEZA. Por esta razão encontro-me
entre os passageiros da segunda classe de que falou.
Pois bem, amigo leitor, tanto a indiferença como
a incerteza são filhas da mesma mãe: a incredulidade. A indiferença provém da
incredulidade no que diz respeito ao pecado e às suas conseqüências presentes e
eternas. A incerteza, com sua conseqüente inquietação, provém da incredulidade
acerca do infalível remédio que Deus oferece a você. Ora, estas páginas são
dirigidas especialmente àqueles que, como você, desejam ter a completa e
incontestável certeza da salvação.
Até certo ponto posso compreender bem a
inquietação de sua alma e estou convencido de que quanto mais sinceramente
interessado você estiver neste assunto, maior será a sua avidez para ter a
certeza de que está real e verdadeiramente salvo da ira divina dirigida contra
o pecado. "Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a
sua alma?" (Mt 16.26), disse o Senhor Jesus.
Suponhamos que o filho de um pai amoroso
encontra-se viajando de navio. Chega, entretanto, a notícia de haver
naufragado, numa costa estrangeira, o navio em que ele se encontrava. Quem
poderá descrever a angústia que a incerteza produz no ânimo daquele pai enquanto
não se certificar, por um testemunho fidedigno, de que o seu filho está salvo?
Suponhamos ainda uma outra hipótese. Numa noite escura e tempestuosa você está
seguindo por um caminho desconhecido. Ao chegar a uma encruzilhada você
encontra alguém e lhe pergunta qual é o caminho que conduz ao povoado aonde
deseja chegar, e ele, indicando um dos caminhos, responde: "Parece-me que
é aquele, mas não tenho certeza; espero não estar enganado". Você ficaria
satisfeito com uma resposta tão vaga e indecisa? Decerto que não. Você
precisaria ter certeza, do contrário cada passo que desse naquela direção só
aumentaria a sua inquietação. Por isso, não admira que tenha existido homens
que, sentindo-se pecadores expostos à ira divina, não conseguiram mais dormir,
e nem mesmo comer, enquanto a questão da salvação de suas almas não estivesse
resolvida. Podemos sentir muito pela perda de nossos bens, ou talvez até mesmo
pela perda de nossa saúde, mas o mais penoso de tudo seria a perda de nossa
alma.
Pois bem, amigo leitor, há três coisas que, com
o auxílio do Espírito Santo, desejo mostrar a você, as quais, na própria
linguagem das Sagradas Escrituras são as seguintes:
1. O CAMINHO DA SALVAÇÃO (Atos 16.17).
2.
O CONHECIMENTO DA SALVAÇÃO (Lucas 1.77)
3.
A ALEGRIA DA SALVAÇÃO (Salmo 51.12).
Estas três coisas, embora intimamente ligadas,
baseiam-se, todavia, cada uma delas, em verdades diferentes, de modo que é
muito possível uma pessoa saber qual é o caminho da salvação, sem contudo ter o
conhecimento de estar pessoalmente salva; ou mesmo conhecer que está salva, sem
possuir contudo a alegria que deve acompanhar esse conhecimento.
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