Não
sei se eu estou equivocado, mais parece que muito das tragédias que estão
acontecendo entre os jovens hoje, são fruto direto de desobediência aos pais.
Se formos ao fundo de cada história dessas mortes, seja por assassinato, por
acidente, ou por qualquer outro tipo de tragédia, o que encontraremos, para
nossa surpresa e admiração, é a quebra do quarto mandamento, que diz:
“Honra
teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR,
teu Deus, te dá.” Êxodo 20:12.
Este mandamento é o primeiro que diz respeito ao
relacionamento humano. Por causa de sua natureza caída, o ser humano é levado
sempre a desonrar seus pais desobedecendo a suas palavras. Essa rebelião não é
simplesmente contra os seus progenitores. É uma rebelião direta a Deus, Aquele
que nos criou. Por isso honrar os pais é tão primordial. A obediência trás o
governo de Deus de volta ao seu lugar. É a restauração da ordem nessa natureza
caída e rebelde.
Moisés
ensina esse mandamento para a nova geração que entraria na terra prometida,
quando repete em Deuteronômio 5. 16, as mesmas palavras de Êxodo 20.12. A
honra aos pais é a âncora da sociedade, e liga os filhos aos pais na comunidade
da fé. A promessa e a advertência implícita deste mandamento são ímpares nesta
série. O desrespeito aos pais era uma questão séria, pois também desonrava o
Senhor.
O pregador enfatiza a importância desse ensinamento,
quando em Provérbios 1.8, aconselha os jovens “para atentarem na instrução de
seu pai, e não desprezarem o ensino da sua mãe”.
Mas esse mandamento não é somente enfatizado no Antigo
testamento. Por ser tão sério, o Senhor o repetiu em muitas partes na Bíblia. Jesus traz a memória dos fariseus que
quebravam esse mandamento a sua importância:
Pois
Deus ordenou: Honra o teu pai e a tua mãe; e, Quem maldisser a seu pai ou a sua
mãe, certamente morrerá. Mateus 15.4.
Paulo repete esse mandamento, e acrescenta algo
importante para nós:
Vós,
filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o
primeiro mandamento com promessa; Para
que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis à
ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor. Efésios 6:1-4
Paulo
mesmo havia ensinado que o fim da lei é Cristo. Mas o texto não termina aí. O
fim da lei é Cristo para a nossa justificação, mas não para nossa santificação.
A lei ainda está em vigor, não falo da lei cerimonial, porque ela revela o
caráter de nosso Deus e revelam princípios éticos permanentes. Cristo não
findou essa lei, antes a confirmou com suas palavras e com as palavras de seus
servos. Porém essa lei não pode ser obedecida relutantemente e essa obediência
não pode ser conseguida através do terror. A obediência deve ser respeitosa,
amável, sacrificial a ambos os progenitores.
William
Hendriksen assim comentou sobre esse texto:
É verdade que a obediência ou
desobediência aos pais não é o único fator que determina a extensão da vida de
uma pessoa, porém é um fator importante. Desobediência a pais piedosos indica
uma vida indisciplinada. Conduz ao vício e à dissipação. Isso, por sua vez, associado a outras coisas semelhantes,
encurta a vida. Por exemplo, quando um pai piedoso adverte a seu filho contra o
vício escravizante do tabaco, o uso do álcool, os pecados pertinentes ao sexo,
etc., e o filho ignora seu conselho, na verdade está seguindo uma direção que,
via de regra, não conduz a uma longa vida sobre a terra. Além disso, deve-se
ter em mente que, embora um filho desobediente possa viver ininterruptamente e
chegue a uma existência centenária, enquanto prossegue em sua impiedade, porém não lhe irá bem. Não terá paz! Vivendo, como o fazemos, numa época
em que os assuntos de auto-disciplina e respeito pela autoridade são
desdenhados, é de bom alvitre que tomemos a sério o que se ensina aqui em
Efésios 6.2,3. Filhos indisciplinados são sinônimo de ruína para a nação, para
a igreja e para a sociedade! A promessa de Deus, de recompensar a obediência,
ainda está em vigência.
E
em Colossenses 3.20 Paulo acrescenta:
Filhos obedeçam a seus pais, pois isso
agrada ao Senhor.
Sobre
essa passagem William Hendriksen escreveu:
A desobediência
aos pais é um dos vícios do paganismo (Rm 1.30). Ela marca a crescente maldade
dos “últimos dias” (2Tm 3.2). A falsidade destruidora da alma que aboliria toda
a autoridade paterna - a própria palavra “autoridade” sendo anátema em certos
círculos educacionais - para que os filhos não precisem mais prestar nenhuma
atenção à instrução de seus pais ou aos ensinamentos de suas mães, é
diretamente contrária ao claro ensino das Escrituras do Antigo e do Novo Testamento.
Os pais piedosos não infligem sobre seus filhos à crueldade de dizer-lhes que
eles podem “fazer o que quiserem”. De acordo com as Escrituras e com a
experiência, os filhos não são somente imaturos como também pecadores por
natureza, absolutamente incapazes, por natureza, de escolher o bem
(SI 51.5). E por causa disso a admoestação, na forma que é aqui encontrada, é
muito compreensível: os filhos são exortados a obedecer a seus pais “em todas
as coisas”, sempre sujeitos à limitação de Atos 5.29:
Antes é preciso obedecer a Deus do que aos
homens.
A palavra grega para honra significa reverenciar,
estimar e valorizar. Honrar é dar respeito não apenas pelo mérito, mas pela
posição. Por exemplo, algumas pessoas podem não concordar com as decisões de
seu presidente, mas ainda deve respeitar sua posição como líder de seu país. Como
é difícil praticar isso diante da situação do Brasil. Quando vemos o que os
governantes estão fazendo, a nossa reação é ira por causa de suas ações. E isso
é semelhante à obediência aos nossos pais. Filhos de todas as idades devem
honrar seus pais, quer seus pais “mereçam” ou não. Não é questão de decisão, é
questão de obrigação. É uma lei instituída pelo próprio Deus para toda a
humanidade, para Israel e para a igreja.
O comentarista John Gill escreve sobre essa
questão:
“Esse era um plano
ordenado por Deus, escrito com sua própria mão, e foi entregue por Moisés a
eles; era de natureza moral, e de obrigação eterna: é para ser entendido, não
simplesmente como uma elevada estima que os filhos deveriam ter em relação aos
seus pais, ou o uso de uma linguagem e gestos respeitosos diante deles, nem
apenas uma alegre obediência a ser cedidas a eles; mas também de honrá-los com
sua substância, alimentação, vestimenta, e os suprindo com as necessidades da
vida, quando eles estiverem em necessidade dos mesmos; que é, porém serviço
razoável deles, por todo o cuidado, despesa e problemas que eles tenha tido em
trazê-los neste mundo”.
Eu poderia mencionar vários casos de tragédias entre os jovens
envolvendo a quebra desse mandamento, mas dois em particular me vêm à mente
pelo seu impacto. De uma forma brutal a vida de duas jovens foi levada ao fim.
Eu imagino o que passava por suas mentes naqueles momentos de terror, e com
certeza uma deles era o porquê não terem obedecido às palavras de seus pais que
tanto os amava.
A primeira
delas é Stefani, de 15 anos, que foi estuprada e morta dentro da própria casa,
depois de um baile funk. O sonho desta menina era ser dançarina de funk e por
causa disso fez amizade com pessoas que não devia. A mãe conhecia a fama de sua
amiga e aconselhou a filha quanto à má companhia e o desejo dela ser dançarina.
As palavras de conselho para o seu próprio bem era vista por ela como antiquada
e ultrapassada. A mãe não queria que ela vivesse a vida e a mocinha já era
muito crescidinha para andar com suas próprias pernas. Numa noite de baile,
após ordens de não ir até aquele lugar, Stefani esperou a mãe dormir, pulou a
janela e foi com a sua amiga até o baile. O problema é que o irmão da amiga,
casado, se interessou por ela. Na verdade ele a desejava sexualmente, e apenas
sexualmente. Stefani era somente um objeto para satisfação de seu desejo
descontrolado. Por várias vezes ele tentou se relacionar com Stefani, mas ela o
ignorava. Porém, Alessandro, jovem de 19 anos, irmão da amiga, nesta mesma
noite, na verdade já era de manhã, fingiu que tinha ido embora, voltou, pulou o
muro da casa, invadiu o quarto, estuprou
e a matou. Ela estava sozinha, pois a mãe tinha ido para o trabalho. Uma menina
de 15 anos a noite toda fora da sua casa.
Agora fica a
pergunta: Por que Stefani não ouviu os conselhos daquela que verdadeiramente a
amava? Os seus dias não foram prolongados na terra por causa da obstinação de
não ouvir aquilo que sua mãe lhe falava. A conseqüência sempre será amarga para
os filhos que quebram o quarto mandamento.
O segundo caso é ainda mais impactante. Liana Friedenbach era uma jovem linda e com um futuro brilhante. Era
filha única muito amada por seu pai. Ary Friedenbach cuidava de sua filha com
todo amor. Um dia ela lhe apresentou Filipe, um namoradinho da escola, e pela
insistência de sua filha, o seu pai permitiu o namoro. Um tempo depois, Liana mentiu para seus pais dizendo que ia viajar para
Ilha Bela, litoral de São Paulo com amigas da Comunidade Israelita Paulista, mas
viajou para o "Sítio do Lé" que fica na divisa entre os municípios de
Juquitiba e Embu-Guaçu na Grande São Paulo. Chegaram no dia 31 de Outubro,
coincidentemente Halloween, o dia que celebra o terror se tornou o início de um
período de horror para ambos.
Liana tinha 16
e seu namorado Felipe 19. Segundo investigações, o rapaz conhecia aquela
região, pois já estivera ali outras vezes. Ele também conhecia o seu futuro
assassino, um delinqüente chamado Champinha. Os dois estavam em sua barraca quando esse louco, na época, menor de
idade, viu o casal e teve sua idéia macabra, iria assaltá-los, pois parecia um
casal de posses como ele mesmo afirmou. Chamou então dois comparsas, Agnaldo
Pires e Paulo César da Silva, o "Pernambuco" e planejaram tudo. Porém
depois decidiram seqüestrar ao invés de assaltar apenas.
No Domingo mesmo, após saberem da aventura de seus filhos por amigos, as buscas começaram, a barraca, com todos os mantimentos, o celular da garota e suas carteiras (sem o dinheiro), foram encontrados no próprio sítio.
No Domingo mesmo, após saberem da aventura de seus filhos por amigos, as buscas começaram, a barraca, com todos os mantimentos, o celular da garota e suas carteiras (sem o dinheiro), foram encontrados no próprio sítio.
Eles mantiveram
o casal em cárcere privado em casebres da região. Neste período todos os
criminosos abusaram sexualmente da moça em forma de rodízio e de maneira quase
ininterrupta. De acordo com o laudo pericial e depoimento do menor, Pernambuco
matou Felipe com um tiro na nuca no Domingo, 02
de Novembro e em seguida fugiu para São Paulo. Três dias depois, Champinha
levou Liana até um matagal, deu um forte
golpe com um facão no pescoço da vítima, a esfaqueou várias vezes e tentou degolá-la. Para
finalizar golpeou a cabeça da estudante com o lado sem fio do facão, gerando um
fatal traumatismo craniano na vítima. Assim como aconteceu com Felipe, o corpo
ficou abandonado na mata.
São histórias
tristes que poderiam ser evitadas se esses jovens fossem sinceros e obedientes
aos seus pais. Sei que é difícil estar debaixo de uma autoridade que controla
nossas paixões mais fortes como se eles fossem nossos maiores inimigos. Mas os
jovens devem saber que essa atitude, muitas das vezes firme, é uma expressão de
amor mais elevado possível, pois tenta nos livrar de problemas sérios no
futuro.
Os conselhos
são dádivas de Deus para nós. Obedecê-los é uma recompensa certa. Não se deixe
orientar por suas paixões. Espere! Ouça aqueles que pelas marcas em seus
rostos, têm muito a nos acrescentar. Muitas das vezes aquilo que você quer
fazer já foi feito por eles, e por isso seus pais querem te livrar do
sofrimento. Seja sábio mesmo sendo tão novo. Não aprenda do jeito mais difícil.
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