quinta-feira, 13 de novembro de 2014

TENTATIVAS
Em toda história o homem sempre buscou a salvação por seus próprios meios. Parece que isso é natural do ser humano. Ele não consegue ver sua condição e nem admite a sua perdição. Ele se esforça tentando alcançar a vida eterna através de obras de caridade, através da religião, através do caráter, através da justiça própria, enfim, são tantos meios que a cada geração uma nova surge.

Para esses as suas fraquezas não são pecados. Na verdade não existe pecado. Existem falhas de caráter, falta de oportunidade, ou educação, e tudo isso pode ser resolvido através da psicologia, do conhecimento, condições, etc. O ser humano pode ser corrigido, dizem. Com tempo, ambiente, disciplina correcional podemos mudar a história. Mas a realidade é outra. O que percebemos após dois milênios é que a situação está piorando.
É sempre assim quando não se quer admitir o seu fracasso. O justo aos seus próprios olhos pensa que tudo o que faz é bom, e através de sua justiça ele será melhor e fará o mundo um lugar melhor. Ele olha para si mesmo e diz “eu sou bom”. E quando olha para os outros ele repete “eu sou bom”.

O jovem rico retrata muito bem esse tipo de pessoa. Ele estava satisfeito em sua justiça. Ele cumpria alguns requisitos da lei com todo fervor que a religião requer. Ele pensava que nada mais era preciso nem necessário. Era muito esforço para ser rejeitado por Deus. Ele pensava ser merecedor. Mas quando o jovem rico se deparou com Aquele que é verdadeiramente justo, viu o quanto miserável, pobre, cego e nu ele era.

A vida de Jesus Cristo sempre será o ponto de comparação para todos. Se eu quero ser salvo pela minha justiça, tenho que ser o que Ele foi, e fazer o que Ele fez. E diante disso percebemos o quanto infinitamente distantes estamos da justiça aceita por Deus. A sua absoluta justiça exige uma absoluta justiça daqueles que se aproximam dEle. E essa exigência, nenhum homem em toda história passada ou futura cumprirá por si mesmo.

A religião é a tentativa do homem se religar ao Eterno por seus próprios meios. A etimologia da palavra resume muito bem todo o esforço humano.  Ela constrói uma torre que tenta tocar os céus desafiando o evangelho. Na religião o homem busca a Deus por sua justiça, mas no evangelho Deus busca o homem pela justiça de seu Filho.

Mas uma nova tentativa tem surgido nesses dias, e ela é conhecida como a moralidade. O diabo não é contra a boa moral, aliás, ele até nos incentiva a sermos a mão do cego, o sustento do órfão, ou o amparo da viúva, sendo que isso te afaste de Deus. Mas, em contra partida, ele se levanta contra todos aqueles que depositam a sua salvação somente em Cristo e em nada mais.

Um dia diante do Senhor Jesus, o Justo Juiz rejeitado, esses esperarão que sua justiça produzida seja aprovada por Ele. Mas a justiça própria não pode habitar juntamente com a justiça de Deus. Sempre faltará alguma coisa para aqueles que confiam em si mesmo. O judeu pensava ser a exceção, mas Paulo escreveu em Romanos 3.10 a 12, que Deus igualou a todos de baixo do pecado. Para Ele não havia diferença entre gentio ou judeu. Todos eram pecadores e todos estavam afastados dEle.

Diante de tudo o que produzimos, Deus avalia pela boca do profeta Isaias dizendo que toda a nossa justiça é como trapo imundo. Aqueles que confiam em si mesmo cheiram mal diante do Justo.

A diferença do evangelho para as religiões é que todas as justiças produzidas pelo salvo após a salvação não é para garantir ou acrescentar algo. Ele nunca deve pensar assim. Antes, ele pratica a justiça porque já foi justificado, e O glorifica manifestando suas mãos neste mundo caído.
Esses, assim como Isaías, viram a sua realidade espiritual, sua condição miserável e clamaram por um Deus cheio de graça. Como Jó, viram o Justo e reconheceram o quão terríveis eram e se abominaram diante de sua Santidade. Assim como Paulo, chegaram à conclusão que nada de bom habitava neles, e que nada produzido para satisfazer a Deus era suficiente.

E todos esses homens chegaram a essa conclusão sendo profeta, conhecido por Deus e apóstolo, e quem nós somos para pensar em méritos?
A única justiça que faz qualquer homem aceitável diante de Deus é a justiça de Cristo aceita pela fé. Era esse Justo que Jó ansiava ter. Era essa justiça que os profetas buscavam. Eles morreram sem ter a revelação da graça do Pai na cruz do calvário, mas morreram crendo, não em si mesmos, mas somente em Deus.

Mas hoje podemos nos alegrar, não em nossas justiças, mas na justiça do Senhor Jesus. Somente nEle fomos justificados diante de Deus. Somente nEle somos declarados inocentes, perdoados e salvos. Satisfeitos em saber que a obra de Cristo nos coloca em segurança e nos traz a paz.

O evangelho revela a justiça de Deus que do principio ao fim é pela fé. A maior das revelações é que o justo viverá pela fé em Cristo somente. Não devemos chegar diante de Deus e perguntar o que posso fazer. Essa é a mente de quem quer justificar a si mesmo.

A questão não é o que farei, mas o que foi feito.

Jesus morreu na cruz para nos tornar justos como Ele, e guardados em seu amor, salvos da ira de Deus, fazemos tudo o mais para glória dEle.

SOLI DIO GLORIA
SILAS PORTELA CARVALHO

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